Friday, February 23, 2007

zenart - "Diabrete Pirrónico"

Indulgências…

Para começar gostaria de indulgenciar os caros governantes pelas maldades que têm feito ao país. Mas afinal o que é isto das indulgências? As indulgências consistem num perdão cedido pelo Presidente da República todos os anos a alguns penitenciários que supostamente estão a ser reeducados e a sofrer as consequências dos mais variados actos criminosos.

No entanto, a meu ver, apenas este ano fomos realmente inovadores dando indulgência a um penitenciário que finalmente após capturado foi liberto... Proponho, no entanto, que melhorem o sistema. Afinal porque não fazer o “eurolibertações”, assim em cada ano saem todos os penitenciários que ganharem o concurso ou todos os que mostrarem “boa fé” (subentenda-se os que ainda estão presos), parece-me mais justo do que fazer escolhas… e que escolhas!

Mas mesmo assim continuo a achar injusto, afinal os presos pensam: “Como é que é? Eu roubei para sustentar a minha família e estou preso e a governante de Felgueiras entre Outros anda à solta?” Para esta questão apenas existem duas respostas. Ou os governantes têm todos famílias muito grandes que não conseguem sustentar ou então… (deixo-vos à imaginação). O que vale é que como o país está rico agora já nem vai haver grandes dificuldades para sair do mesmo, qualquer “OTArio” vai poder passar a viajar muito mais, quando surgir um novo aeroporto estrategicamente colocado (ou então esperem pelo TGV, este parecendo-me bastante mais coerente).

Não valerá a pena fazer mais pela nossa Justiça ou será que a solução é fechar os olhos a certos "subtis" assaltos? E porque castigamos criminosos para vir depois a libertá-los, onde está a credibilidade? (Será que também foi parar ao bolso de alguém???) Enfim, mais vale um ladrão perdoado do que dois a voar…

Ps: Caros assaltantes e traficantes de droga por favor não confudam TGV com Todos Gostamos de Viajar...

Saturday, February 17, 2007

Tabagismo

Era uma vez uma planta de tabaco que cresceu e proliferou alegremente na selva… Após longos anos de desenvolvimento estava ao alcance das primitivas populações humanas. Foi então que, assim como o homem descobriu o poder do fogo de certa forma por acaso, descobriu também o efeito do tabaco ao deixar que a planta ardesse. A sensação de alegria que lhes forneceu foi enorme. Assim se criaram os primeiros fumadores e fumadores passivos…

Como já devem ter notado, esta primeira parte foi invenção minha, o que não impede que talvez tenha alguma veracidade. Resumidamente o tabaco apareceu no continente americano e era utilizado pelos índios tendo em conta rituais, religiosos, subentenda-se.

Desde então diversas marcas surgiram e tornou-se uma indústria de milhões. Mas quais os problemas que este vicio levanta? Bem, como qualquer vicio é algo nefasto, sendo um produto da cultura, que é não só a forma mais eficaz de adaptação ao meio, como sabido, mas igualmente algo que eleva o homem ao patamar da decisão voluntária, consciente e intencional e que dessa forma traz também o supérfluo. É então interessante verificar o quanto o tabaco se tornou parte do nosso dia a dia e como afirmação de condição social.

Os fumadores fumam por afirmação social, como no caso da adolescência, fumam porque dá um certo estatuto a nível da “alta sociedade” (geralmente assim uns charutos cubanos para ser mais fino), ou simplesmente fumam para descontracção e porque já ficaram viciados…

O tabaco, “droga amiga”, é um viciozinho simpático, no fundo nem se pode chamar às pessoas toxicodependentes, mesmo aquelas que contribuem para alcatroar as estradas portuguesas ou que têm um buraco de ozono por cima da sua casa. Contra este facto nada tenho a dizer. O problema é quando a liberdade de um indivíduo se expande até à liberdade dos próximos. Estou a falar, é claro, dos fumadores passivos.

No fundo somos todos fumadores, uns mais económicos que outros. Façamos as contas… Se fuma 3 maços por semana e estes custam cerca de 2 euros, ao fim do ano podia fazer uma viajem até à neve. Por isso poupem! Digam lá se não é muito mais agradável depois de fazer um teste de matemática ir ao bar, comer à rei com os dois euros e picos dos cigarros, isto tudo porque basta uma inspiração para sentir os 2 euros de todas as pessoas que por ali já passaram… Mas não se chateiem comigo, se quiserem um complemento podem sempre pedir uma “trident sabor a nicotina”.

Por último, é interessante ver aquelas pessoas que afirmam poder deixar de fumar, mas ficado sempre para o próximo ano. É natural que fique para um destes anos, não vivemos para sempre. Se bem que agora as marcas e os serviços de inspecção se preocupam com a saúde dos fumadores. Recentemente diversas marcas de tabaco foram retiradas do mercado. Imagino o argumento: faz mal… estes têm muitos tóxicos. Este mercado “negro”…

Por isso tenham consciência dos outros… nem todos gostam de ir ao restaurante e comer “salmão fumado”, ou então, se não se preocupa, com todo o respeito vá morrer longe (Muhaha).

Saturday, February 10, 2007

Sim ou Não?

A questão do aborto é uma questão muito delicada, onde estão implicados argumentos do campo da ética, do campo da medicina, do campo político... A meu ver a grande questão não é um “sim” ou um “não”, mas deveria ser um "como resolver a questão tentando não recorrer a este método". Por resolução directa desta questão diria “não”...

Afinal, o que observamos é uma desculpabilização do governo. É muito útil ao primeiro-ministro alegar que desde o último referendo nada mudou, os abortos clandestinos ainda são uma realidade. No entanto terão os sucessivos governos tomado alguma medida no sentido da resolução? Pois é... Agora a culpa é da população. Se votar “sim”, teremos um atentado à ética, pelo menos a meu ver, e a possibilidade de recurso a este método como algo irresponsável e, por vezes, sob a forma de contraceptivo. Se ganhar o “não”, temos um ministro armado em déspota esclarecido a dizer que nada mudará. Muito obrigado meu caro, a essa conclusão já tínhamos chegado nós, mas o despotismo esclarecido ficou há uns séculos atrás.

No fundo, a educação sexual e uma distribuição eficaz de contraceptivos seria a solução, para além, claro, das políticas natalistas que bem nos fazem falta. Será que vale a pena recorrer à despenalização do aborto para a resolução desta questão?

Ao afirmarmos o “sim” estamos igualmente a defender que colocámos uma causa de lado e recorremos àquilo que é mais fácil, desvalorizar a vida para brincarmos aos mais civilizados. Quanto ao problema das mulheres que fazem este tipo de operações em condições precárias, não me parece que venha a ser muito diferente, afinal se a Saúde em Portugal já é uma vergonha, quanto mais aumentando o fluxo nos Centros de Saúde e Hospitais. O lado positivo é que deixamos de ter idosos a passearem pelos corredores porque não há quartos, o que dá muito mau aspecto, agora temos antes uma reunião familiar de avós e “mães”. Bem se quisermos ser mórbidos, podemos dizer que apenas têm uma coisa em comum, é que o hospital vai “abortar” a saúde dos mesmos. Os "Grandes Portugueses" fazem agora mais sentido que nunca, porque pequenos já há poucos e parece que vai haver menos.

Por isso façam alguma coisa! Não espere por uma vaga que traga o “barco do amor” e o “barco do aborto” à mesma costa… Se votarem “sim”, obriguem o governo a cumprir o apoio prometido às mulheres, quando devidamente justificado subentenda-se, o que implica uma alteração da legislação e formação médica, de forma a proteger os fetos (afinal todos nós já fomos fetos não é verdade?). Caso votem “não”, coloquem a legislação existente em prática ou façam alterações que a tornem mais funcional, este último caso parecendo-me mais razoável.

Por isso vote e vote com consciência!